A prisão de Djalma aconteceu na segunda-feira (16), na cidade goiana em que ele concorre para vice-prefeito. O g1 não localizou a defesa dele para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Ao g1, o partido Democracia Cristã informou que foi determinado, com caráter imediato, a expulsão de Djalma do partido. Disse ainda que “qualquer conduta que viole a dignidade humana e os direitos fundamentais é absolutamente incompatível com os princípios” defendidos pelo partido (veja nota completa ao final da reportagem).
Por telefone, o presidente estadual do Democracia Cristã, Alexandre Magalhães também justificou a candidatura de Djalma ao explicar que, pela quantidade de candidatos que a sigla tem em Goiás, é inviável que o partido confira a ficha criminal de cada um. O presidente ainda questionou o motivo de a Justiça Eleitoral ter deferido a candidatura dele.
“Para ele ser candidato, ele tem que apresentar certidões junto à Justiça Eleitoral, se as certidões forem de ficha limpa, a Justiça vai autorizar. Se não é, não autoriza. O que eu estranho foi a Justiça Eleitoral ter deixado ele ser candidato. Mas ele vai ser expulso. Se ele tem essa condenação, não atende aos princípios do Democracia Cristã”, afirmou Alexandre.
O g1 questionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e a 42ª Zona Eleitoral, comarca que representa a cidade de Santa Rita do Novo Destino, sobre o motivo de a candidatura de Djalma ter sido deferida, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto.
A reportagem também questionou o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins acerca de detalhes sobre o crime cometido por Djalma, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. Já o Ministério Público do Estado do Tocantins (MP-TO) disse que o processo corre sob segredo de Justiça por envolver menores.
Ao g1, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins explicou que Djalma foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável pela comarca de Cristalândia da Justiça do Tocantins. A sentença emitida foi de 24 anos de prisão. Não foi divulgada a data da condenação.
No entanto, após a condenação, o candidato não foi encontrado para que cumprisse com a pena. Assim, foi expedido um mandado de prisão preventiva contra ele no dia 23 de maio de 2024.
Já o delegado Guilherme Moreira, que é titular da 58ª Delegacia de Lagoa da Confusão, explicou ao g1 que Djalma foi preso no estabelecimento comercial que ele tem em Santa Rita do Novo Destino. Destacou também que, durante a prisão, não houve desacato, resistência ou desobediência, de forma que não foi necessário o uso de algemas.
Ainda de acordo com a secretaria, como a prisão foi em decorrência de mandado de prisão, o preso não foi ouvido. Djalma foi encaminhado para o presídio de Uruaçu, onde deve permanecer à disposição da Justiça. A SSP ainda acrescentou que ele deve ser recambiado para a cidade de Cristalândia, no Tocantins, para cumprir a pena a qual foi condenado.
Nota do Democracia Cristã na íntegra:
“A Democracia Cristã, reafirmando seu compromisso inabalável com os valores da família, da justiça, da ética e da defesa dos direitos humanos, vem a público informar que foi determinado, com caráter imediato, a expulsão do filiado Djalma Candido Vieira de nossos quadros. Esta decisão ocorre em decorrência da sua condenação por estupro, conforme sentença proferida pela Justiça.
Nosso partido reitera que qualquer conduta que viole a dignidade humana e os direitos fundamentais é absolutamente incompatível com os princípios que defendemos. Apoiamos as instituições democráticas e confiamos na ação da Justiça para garantir que crimes como esse sejam punidos de forma adequada.
A expulsão de Djalma Candido Vieira, candidato e Vice-Prefeito de Santa Rita do Novo Destino do partido Democracia Cristã é uma medida que reflete nosso compromisso com a defesa intransigente dos direitos das vítimas e com a construção de uma sociedade mais justa, solidária e segura para todos. Seguimos firmes na luta contra a violência de gênero e qualquer forma de opressão, e continuaremos promovendo políticas que garantam o respeito e a proteção de todas as pessoas, sem exceção.”
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