Especialista da Epagri/Ciram explica que as partículas de fuligem que estavam suspensas no ar podem ficar na superfície das folhas.
Chuva preta é registrada em Iporã do Oeste, em SC
A chuva preta que chegou a Santa Catarina entre quinta (12) e sexta-feira (13) não deve prejudicar significativamente a agropecuária no estado. O fenômeno, porém, poderá ser visto nas hortaliças folhosas de cultivos não protegidos, segundo o agrônomo Guilherme Miranda.
Pesquisador de hidrologia da Epagri/Ciram, órgão que monitora o tempo no estado, o especialista explica que as partículas de fuligem que estavam suspensas no ar podem ficar na superfície das folhas e apenas prejudicar o “aspectos visual” delas.
“Acredita-se que estes particulados não sejam prejudiciais para o consumo destes produtos hortigranjeiros, visto que a própria chuva poderá promover a lavagem deste material“, explicou Miranda.
A situação pode ser verificada em alimentos como alfaces, rúculas, agrião, entre outras e alguns legumes como abobrinha, pimentão, tomate e berinjelas.
Chuva preta é registrada em uma das cidades mais frias do Brasil; VÍDEO
No estado, os registros aconteceram em Bom Jardim da Serra, uma das cidades mais frias do país localizada na Serra, e em Chapecó, Maravilha e Iporã do Oeste, no Oeste catarinense.
Em relação a pecuária, Miranda explica que bebedouros de animais expostos poderão acumular a chuva negra. Portanto, recomenda-se a higienização dos materiais para evitar que os animais consumam a água com fuligem.
Carro com fuligem após chuva preta em Florianópolis — Foto: Lucas Amorelli/NSC
Fenômeno foi registrada outras vezes em SC
“O destino deste material suspenso no ar serão os solos e os rios catarinense, como já aconteceu em 2015 com as cinzas do vulcão Chileno Calbuco, e que não tivemos consequências significativas para o setor agropecuário”, destacou o especialista.