As agressões aconteceram em frente da escola municipal Valéria Cristina Vieira da Cruz Silva, no bairro Morrinhos. Ao g1, Amanda contou que dá aulas para crianças de 8 anos, do 2º ano do Ensino Fundamental.
No dia das agressões, ela já havia terminado o turno e estava esperando uma carona para ir embora quando foi surpreendida pela mulher, de 34 anos.
“Ela surgiu por trás sem que eu esperasse. Eu não tive tempo de reação nenhuma. Começou a me desferir vários golpes, puxar o meu cabelo, dar chute, me xingar. Me jogou no chão e começou a me dar muito chute e muito soco. Eu gritei muito por socorro, mas o pessoal ficou olhando”, relembrou, em entrevista ao g1.
Em meio às agressões, a vítima demorou para reconhecer quem era a autora do ataque. Amanda só descobriu quando a mulher começou a gritar que estava no local por conta da filha.
“[Eu] não me mexia. Eu realmente achei que eu ia ficar ali naquele chão, esticada. Então, depois de um tempo, alguém segurou ela e eu consegui voltar para a escola, entrar e pedir socorro. […] E eu não sei como eu saí disso, não sei como eu estou viva”, disse a profissional.
De acordo com a professora, a mulher já havia ido até a unidade escolar fazer ameaças e pedir para trocar a filha de classe. A escola atendeu ao pedido da mãe. “Ela falava que a filha não queria ir para a escola porque eu estava perseguindo, porque eu cobrava demais a menina, mas isso nunca existiu. A mãe criou uma fantasia”, afirmou Amanda.
Segundo a profissional, a revolta da mãe começou depois que Amanda fez um relatório alertando sobre a quantidade de faltas da criança, que estavam prejudicando o andamento escolar dela.
“A mãe, sempre muito hostil, sempre muito agressiva, criou toda essa história de perseguição, ia na escola para me ameaçar. O que a direção da escola fez foi tentar tirar a menina trocando sala para resolver”, explicou.
Vítima sofreu escoriações pelo corpo após ser agredida por mãe de aluna em Guarujá — Foto: Fabio Pires/TV Tribuna
Amanda sofreu uma fratura no nariz e diversas lesões pelo corpo, mas um dos principais traumas foi o psicológico. “Muita dor, muita revolta. Estou destruída, o meu emocional está quebrado”, disse.
Ainda segundo a professora, ela sofre ao pensar no futuro. Ela diz que não sabe se terá condições de encarar uma sala de aula. “Não penso nisso mais porque realmente o que eu vivi foi horrível”, explicou ela, que está na profissão há dez anos.
A professora registrou um boletim de ocorrência, na quarta-feira (11), um dia após as agressões. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como lesão corporal, injúria e ameaça no 1º DP do Guarujá.
“A vítima foi orientada quanto ao prazo para oferecer a representação criminal, necessária de acordo com a lei, por se tratar de crime de ação penal condicionada. A autoridade policial segue à disposição”.
Professora é agredida por mãe de aluna na saída de escola municipal em Guarujá, SP
Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que a Secretaria de Educação (Seduc) repudia qualquer tipo de violência. Segundo a administração municipal, a funcionária foi socorrida pela diretora da unidade e encaminhada ao Hospital de Guarujá. “A educadora foi atendida e afastada por recomendação médica”.
Ainda segundo a prefeitura, enquanto a Polícia Civil investiga o caso, a Seduc fornece todo o apoio necessário à servidora e comunidade escolar, por meio da disponibilização de acompanhamento psicológico e demais profissionais da equipe multidisciplinar, que é composta por assistentes sociais, psicopedagogos e fonoaudiólogo.
“A Seduc abriu, ainda, um processo administrativo interno para avaliar se há outras medidas cabíveis à Administração Municipal. O município, inclusive, desenvolve programas de combate à violência dentro e fora das escolas na rede municipal de ensino, a exemplo do Programa de Prevenção às Drogas e Violência (PPDV) e a campanha ‘Digo Sim ao Respeito’”.
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Professora foi agredida no rosto após sair da escola em Guarujá (SP) — Foto: Fabio Pires/TV Tribuna